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Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2019

Cenários e Personagens

Fecho os olhos e vinco mentalmente os dedos na cadeira à minha frente. Sim, vou viajar anos atrás e agarrar-te naquele momento. Naquele momento em que tropeçei, insensata, presa em rotinas e quase um beijo te roubei. Sim, aquele momento em que seria infiel e fria, intensa e apaixonada, surpreendida por um arrebatamento que não era calculado. Não fingir, não me aperceber a tempo, não virar a cara uns estrategicamente graus ao lado do ângulo que pelos vistos era o certo. Não fingir que não se passa nada. Deixar ir, esquecer a moral, o bem e o mal e talvez seria assim que, eu a roubar-te e não roubada, serias atingido por algo que me atingiria. Naquele momento em que voltei a escrever uma mensagem. Perceber que talvez não. Desligar o telemóvel. Ser pragmática, olhar-te, sorrir face ao teu canto e encostar-me, como quem não quer coisa, a ti. Usar todas as armas femininas que nunca aprendi, pois sempre as soube, feitiços que vêm do berço e que sempre achei adormecidas. Brincar e troca

Pragmático ou romântica

Nos meus momentos de dor  foram sempre homens que me deram os melhores conselhos ou que me enviaram as músicas certas para acompanhar os meus desgostos. Nos meus momentos de dor foram sempre as mulheres que me ofereceram um colo fisico ou virtual.  Nos meus momentos de dor todos meu ouviram falar 150 mil vezes do que me dilacerava ao peito. São os maiores, vocês todos, os que estão aqui, os que já não estão, os que sei que voltarão a estar.
Gostava de ser das pessoas com mil certezas. Ou apenas uma. Ou duas.  De não ver os 10 caminhos. E da ansiedade que isso me cria. De não antever, que por um passo de 2 cms ao lado, há caminhos a encurtaremm, abismos a serem criados, riachos a formarem-se e atalhos a descobrirem-se.  Gostava mesmo de só ver um caminho iluminado. Para julgar, que não só era o certo, mas também o único a ser seguido.  Porque saber que existem 2. 10, 232 caminhos, com consequências, amordaça-me a boca de terror, prende-me os braços atrás das costas e contrai-me o  peito involuntariamente. 

Sonhos versão número e tal

Encontras-me sempre nos sonhos onde estou despreparada. Neles, estou de olhos vazios e alma longe. Mas mesmo assim recebo-te. Difusamente.  És um espirito confuso e errante. E eu não estou nem aí, despreendida e colaborante.  Vais. Voltas. E eu alí, sentada num tamborete de bar. De pé a olhar para lá do rio. A olhar uma paisagem amazónica pela janela. De cara voltada. De costas para o mundo.  E tu vais e voltas.