Encontrámo-nos numa manhã que ainda mal anunciava a primavera. Sol e Vento. Trocamos banalidades. Estás parada à minha frente. Olhos secos. Espero. Alteram-se e ficam húmidos. Nunca te vi assim. (Nunca deixaste?). Dou dois passos. Os teus olhos ficam frios (ou receosos?), mas não te mexes. Dou mais um passo e tu oscilas. Coloco a minha mão no teu braço e puxo-te suavemente. Olhas-me rapidamente antes de te fundires em mim. Abraço-te e surpreendo-me por me pareceres tão pequena, tão frágil. Parece-me que mil moléculas tuas se evaporaram para te encaixares. Tu, tão sólida, tão forte, tão sarcástica. Mantenho-me firme enquanto os teus ombros saltitam, e ignoro onde estou, o que quero, o que consegui. Penso "Finalmente" mesmo que seja errado.
Se pesquisarem a palavra "consolo" no google imagens a pensar que vão encontrar coisas amorosas como "pessoas encostadas ao ombro umas das outras" e "pessoas simpáticas a apoiarem-se umas às outras" pensem novamente. Até fere a vista...
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