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A mostrar mensagens de abril, 2021

Take 4

Viras-te enquanto o vestido escorre-te devagar pelas costas. Passo os dedos pelas saliências das letras ainda não cicatrizadas que escolheste colocar na pele. Na penumbra, que te esconde a cara, não consigo ver o que está escrito. Ouço na minha mente melodias e penso em duas ou três possibilidades. Percorro a tua pele lisa e paro na saliência da tua anca. Bruscamente voltas-te e beijas-me. Desejo-te violentamente nesse momento. Beijo-te os lábios, a cara, o pescoço, quase que te esmago as costelas ao agarrar-te. Levanto-te para cima da secretária. Ouço sons de cacos partidos, de metal e de vidro. As tuas mãos rápidas tiram-me o cinto, puxo-te para mim e beijo-te a boca enquanto as minhas mãos procuram rapidamente pedaços do teu corpo que preciso com urgência fundido no meu.

Desprevenida

 Apanhas-me sempre quando não prevejo. Sem chão, escorregadia, descabelada e com má pele. Provavelmente também sem as sobrancelhas feitas. Ou com o peso a mais, ou a menos, em evidência. Acho que nunca choquei contigo poderosa, fantástica, de saltos, sorriso branco, lábios vermelhos, vestido insinuante. Não sei se segui a etiqueta dos encontros. De encontros de amantes que agora são desconhecidos. Apenas desejei que o som do meu coração a bater rápido não fosse tão barulhento como as minhas faces coradas escondidas pelos óculos escuros.