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Humanidade.

 Ela  deu dois passos atrás sustendo a respiração,  os cafés saltando das chávenas. Quase que gritou o nome do marido, estridente, arrastando no tempo, como faz, sempre, sempre, que lhe quer contar algo que acha importante. Mas segurou-se. Arregalou os olhos, apertou os lábios, num meio tempo entre a indignação, a inveja, a estupefacção. Na memória presente as mãos dele enrolados no cabelo dela, os corpos demasiado próximos, as bocas presas. 

Engoliu em seco, ficou hesitante entre ir-se embora, e tentar traduzir os murmúrios rápidos prolongados por silêncios densos. Ouve tempo, desperdício, agora, esqueci, palavras soltas que a fazem corar de curiosidade, beatice e prazer, eu bem sabia, não sabendo nem um pouco. Fica estonteada pela novidade, pelo clima de mistério, pela excitação de notícia fresca, de segredo e de algo que só ela sabe.  

Não se segura e corre pelas escadas. Vê o marido, na mesa de pedra do pátio, cerveja na mão, cigarro meio fumado nos dedos, olhos semicerrados no horizonte, e mal abre a boca para falar, ele atira-lhe um "Deixa." ríspido, familiar e antigo.  

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Regras das pulseiras, velas e estrelas

Eu sei que o que vou dizer é contra todas as regras subjacentes a estrelas cadentes, a pulseiras de nossa senhora do raio que o parta e de todas as velas de bolo de aniversário trincadas, mas a sério, pedir desejos, sonhos, enfim, algo que supostamente não está nas nossas mãos e iremos deixar nas mãos do destino, é algo que acabei de perceber me ultrapassa. Ou então é o destino que se está a lixar para os meus desejos pessoais. É justo. Eu e ele nunca tivemos lá grande relação. De certeza que tem gente muito mais simpática para ele. Portanto, resolução tomada: nunca pedir desejos a pulseiras, velas ou estrelas que não dependam única e exclusivamente de mim. Antes Depois E que me desculpem caso me voltem a dar pulseirinhas destas. Não uso, ou então faço desejos do género "espero lavar os dentes amanhã de manhã" ou "desejo que amanhã haja um anoitecer". Tenho dito Espiral