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Às vezes sinto-me velha e cansada. Não velha e cansada fisicamente.

Velha e cansada de todos os sentimentos e memórias que retenho em mim. Do pouco que vivi e do muito que absorvi. Das dores e das intensidades.

Às vezes gostava de nunca ter amado de verdade, de não saber o que é a paixão, a química, a sensação de almas gémeas. As verdadeiras. Não que conheça bem as falsas mas há sempre algo mais especial no que vivemos ou queremos acreditar que sim.

E o pior é isso. O ultrapassar, o voltar a tentar, o voltar a apaixonar, tem muito de desacreditar. Que afinal aquilo que pensamos ser único e inimaginável tinha muito de mentira, de artificialidade, de quimera. Porque se pensarmos que era tudo tão verdadeiro, tão único como sentimos, não seguimos em frente.

Temos que matar pelo menos alguns dos mundos que construímos para continuar.

E isso é muitas vezes insuportável. E torna-me velha e cansada.

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Regras das pulseiras, velas e estrelas

Eu sei que o que vou dizer é contra todas as regras subjacentes a estrelas cadentes, a pulseiras de nossa senhora do raio que o parta e de todas as velas de bolo de aniversário trincadas, mas a sério, pedir desejos, sonhos, enfim, algo que supostamente não está nas nossas mãos e iremos deixar nas mãos do destino, é algo que acabei de perceber me ultrapassa. Ou então é o destino que se está a lixar para os meus desejos pessoais. É justo. Eu e ele nunca tivemos lá grande relação. De certeza que tem gente muito mais simpática para ele. Portanto, resolução tomada: nunca pedir desejos a pulseiras, velas ou estrelas que não dependam única e exclusivamente de mim. Antes Depois E que me desculpem caso me voltem a dar pulseirinhas destas. Não uso, ou então faço desejos do género "espero lavar os dentes amanhã de manhã" ou "desejo que amanhã haja um anoitecer". Tenho dito Espiral