Avançar para o conteúdo principal

A conversa do coitadinho*

O que me irrita nem é a falta de empatia, a falta de mundo (no sentido de juizo crítico acerca dos outros), nem sequer é a vitimização irritante, nem o andarem a dizer que ganham muito mal , ou como trabalham muitas horas, ou como tiveram anos e anos de estudo, ou como pagaram muitas próprinas, ou porque têm muitas despesas, ou como é complexo o trabalho deles.

O que me irrita mesmo, mesmo, é não terem a coluna dorsal de perceberem que pelo menos 70% dos outros cursos, teve as mesmas propinas, a mesma carga de trabalho, as pessoas tiveram as mesmas dificuldades, e as pessoas com esse cursos (com mesmo ou maior grau de dificuldade) tem salários irrisórios, trabalham as mesmas horas ou mais e não as recebem, não tem espaço nem oportunidade para ter mil empregos ao mesmo tempo, nem a mesma oportunidade de progressão de carreira, e nem vou falar do prestígio inerente...

Irritam-me acharem que determinada profissão é tão mais especial que as outras. Só que não.


*sim, falo especialmente das vitimizações das  classes de médicos, enfermeiros e farmacêuticos... já não tenho pachorra para os testemunhos no facebook. Curioso só ver estás vitimizações de classes privilegiadas e com taxas de desemprego muito próximas dos 0%? 



Comentários

Mensagens populares deste blogue

Do que vale a pena (só sei falar sobre amor)

As pessoas não fazem ideia, não sonham, não pressentem.... Mas em termos emocionais sempre tive uma sorte avassaladora. Sim independentemente, de tudo, a sorte, o timing é fundamental e crucial. Nós apenas jogamos com as cartas que a vida nos dá. E eu tenho/tive uma sorte avassaladora. Porque amei demais, sofri demais, porque mesmo quando perdi, ganhei muito. Porque tive hipóteses, porque tive esperanças, porque me expus, porque nunca, mas nunca me acobardei. Porque tive medo, muito medo. Porque tive coragem. Porque foi sempre vulnerável e sincera. Porque sei a diferença entre perder a dignidade e perder o orgulho. Caramba não sei mesmo explicar como certas experiências são tão enriquecedoras. Quem toca o céu nunca volta ao seu ponto original. E caramba em termos estatísticos ainda tenho mais de metade de uma vida para viver.