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Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2006

Talento

Mais do que escrever o que sentimos, a verdadeira razão de ser incrível é saber que tocamos alguém especial com as nossas palavras. Saber que somos amados por isso. Não só, mas também. Escrever é sedução. Porque que não apaixonarmo-nos mais e mais a partir do que retiramos do que alguêm escreve? Ficar pelo beicinho, sentir qualquer coisa cá dentro. É menos? É encantarmo-nos com uma ilusão? Atreve-te... Espiral

Madonna e Celine Dion

Há cerca de três semanas, numa tarde específica qualquer, estava em Entrecampos, na Gare, à espera para apanhar o comboio para casa. Sentada, a ouvir um cd de músicas escolhidas, e muito provavelmente a pensar num assunto qualquer sem grande interesse...a não ser para mim. Nesse momento sentaram-se ao meu lado uma mãe e a filha, de cerca de 3/4 anos. Uma miúda loira de tranças como nos contos. Surpreendentemente, riu-se para mim e começou a mexer no meu leitor de cds. A mão dela disse para ela parar, mas eu disse que não fazia mal e tirei os phones. Via-se que a miúda era das que não tem medo de meter conversa com desconhecidos, mesmo que esses não façam logo grandes sorrisos. Gosto disso. Meteu conversa: Ela - O que é isso? Eu - É uma caixa para ouvir músicas Ela - ah... Eu - Não gostas de música? Ela, muito devagar lá abanou a cabeça afirmativamente. Achei piada e perguntei-lhe o que ela ouvia. Bem, aí não hesitou: - Madonna! Estava eu à espera de ouvir "músicas da disney"

Diálogo

- Então, tudo bem? - Mais ou menos. -Tão? -Estou apaixonada. - E isso é mau? - Não sou correspondida. - Isso é que é mau. - Pois é. Paciência. - Deixa lá. É um estúpido. De certeza que não te merece. - Talvez. - Não sabe o que perde, ele... - Hum hum... - ? - ...estúpido... ( inspirado num manga fenomenal -> I''s ) Espiral

Se eu fosse

Encontrei isto....e apesar de limitador, chato de se fazer e assim...tem lá a sua piada....e pronto, acho que vale pelas justificações...porque só definir não vale....há que explicar, lol Se eu fosse um mês, eu seria: Maio (é um grande mês, faço anos, o clima tá nice, é primavera, lol) Se eu fosse um dia da semana: Sábado (porque é o dia que parece sempre infinito) Se eu fosse uma hora do dia: 24h (porque é a partir dai que as emoções estão a mil) Se eu fosse um planeta ou astro: a Terra (porque eu sou uma mistura) Se eu fosse uma direcção: centro (porque o que importa é o agora e o aqui) Se eu fosse um móvel: chaise longue (mas há alguma coisa melhor que este móvel para tar enroladinha a olhar para uma janela?) Se eu fosse um líquido: lágrima (yap...por que não sou bem água....ah enfim...sou mais real) Se eu fosse um pecado: Gula (porque sou gulosa...pronto...muito gulosa) Se eu fosse uma pedra: Cristal (porque qualquer dia transformo-me num diamante, mas não já) Se eu fosse uma flor:

Fim do dia

Fim do dia (no lado quente da saudade) "Esperei-te no fim de um dia cansado À mesa do café de sempre O fumo, o calor e o mesmo quadro Na parede já azul poente Alguém me sorri do balcão corrido Alguém que me faz sentir Que há lugares que são pequenos abrigos Para onde podemos sempre fugir Da tarde tão fria há gente que chega E toma um café apressado E há os que entram de olhar perdido À procura do futuro no avesso do passado O tempo endurece qualquer armadura E às vezes custa a arrancar Muralhas erguidas à volta do peito Que não deixam partir nem deixar chegar O escuro lá fora incendeia as estrelas As janelas, os olhares, as ruas Cá dentro o calor conforta os sentidos Num pequeno reflexo da lua Enquanto espero percorro os sinais Do que fomos que ainda resiste As marcas deixadas na alma e na pele Do que foi feliz e do que foi triste Sabe bem voltar-te a ver Sabe bem quando estás a meu lado Quando o tempo me esvazia Sabe bem o teu abraço fechado E tudo o que me dás quando és Guarida

Pronuncio-me

Levanto-me, transcendo do sono que me quer impor uma dormida e vou. Calço chinelos de tacões altos e saio. Deambulo por esta cidade fria que o meu vestido de verão e um par de calças de ganga coçadas não protegem. Vindo do céu, ou que sabe de baixo, um voz feminina afirma que uma gota de sentimento vale por tudo, mesmo despedaçado. Ouço um choro, dois ou três, vejo que são de uma menina que não percebe nada de futebol, de uma prostituta de lábios vermelhos vivos e de uma adolescente bonita que sorri, no meio das lágrimas. Ao pé, uma beleza exótica de roupa esfarrapada pela viagem cai junto à estrada. Aproximo-me, ponho a mão no bolso para tirar a nota que guardei para comprar um par de calças da moda, mas só retiro 40 céntimos. Suspiro. Encolho os ombros e abeiro-me da miúda explicando-lhe o que é um fora de jogo, enquanto retiro de um bolso o meu batom rosa favorito e ofereço-o à mulher de mini saia preta ao seu lado. Hesito frente à adolescente...mas ela não o faz, e abraça-me porq

Campanha de "saúde"

Causou-me mal estar mal os vi pela primeira vez. Ainda me lembro. Estava a descer as escadas do metro da quinta das conchas acompanhada por uma amiga e reparamos as duas nele. Os contornos de um homem pintados a tinta branca. Como nos filmes quando querem marcar o lugar onde foi assassinado alguém. Havia pessoas a volta. Era estranho. Alguém teria morrido. Aproximamo-nos e vi-mos. Uma campanha publicitária. De prevenção. Dizendo que "antes que aconteça" deveriamos fazer exames ao coração. Made in Instituto de Cardiologia Português. Se a ideia era chocar, conseguiram....duvido é que a sensação horrivel que sinto quando avisto tão mórbida campanha ( e está em todo o lado, fui a Braga e também havia lá destes desenhos) me leve a fazer exames ao coração...por aí, duvido que alguém o faça...não é com vinagre que se apanham moscas... Espiral

Improviso

"Tento ter a força para levar o que é meu,"...a força escapa-me e não sei o que me pertence...não tenho propriedades e não gosto de fronteiras a impedir a passagem dos não autorizados, esqueci-me de marcar o que desejo para ninguém agarrar ... "sei que às vezes vai também um pouco de nós,"...uma lágrima desnecessária, um suspiro que não volta, um nervo do coração que mesmo assim bate, roubaram-me uma alma amarrotada... "devo concordar que às vezes falta-nos a razão,"....sinto-me louca, desiquilibrada, não tenho culpa, não tenho culpa! mas o mundo pesa dentro do meu peito e sei que sou um agressor... "mas não que há razões para nos sentirmos tão sós,"...não? de certeza? nascemos sozinhos e morremos na solidão...será? grito que não mas um rosto sem feições murmura-me que sim... "vem fazer de conta,"...sonhar, fantasiar, viver numa dimensão diferente, choro ao acordar... "eu acredito em ti," ...quem? quem? não vejo esse corpo, n