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A mostrar mensagens de fevereiro, 2015

Do que nunca fui

Boémia. Despreocupada. Sempre tive agarrado a mim um peso enorme. Nas costas, no peito, nos pés, nem sei onde. Como se senti-se em mim todo a responsabilidade do mundo. Não sei como, nem porquê. Essa sensação de culpa. Por existir. Por querer, com paixão, com fúria, encontrar a razão do meu lugar neste mundo. Uma justificação. Uma anulação de pena. Por isso, na infância toda uma ansiedade " E seu eu não conseguir aprender a ler? OK. Todos os meninos conseguem. Mas, imagina que eu não?" . Por isso, menos menina, ao passar na rua e  ao ver sem abrigos, sentir um desconforto, como se a responsabilidade daquela vida, daquele desenquadramento, daquela infelicidade fosse, em toda ou em parte minha. Sempre pensei que um dia, quando encontra-se o meu lugar no mundo, descansaria, pararia de lutar. E incrivelmente, eu, romântica, emocional, profunda, ligava esse lugar no mundo a, e tão só, um "emprego", Uma profissão, que só por ela me mostrasse quem eu eu era e que por

E não, não perco o mau feitio

Não li as 50 Sombras de Grey. Mas agora com esta salganhada toda sou capaz de ir ler só para dizer mal com argumentação. Assim como fiz com os livros de vampiros da Mayer (li-os em 4 dias de uma assentada) só para poder dizer que são uma merda e que me lembrar os livros dos "Arrepios" que lia aos 10 anos, mas com menos criatividade. Querendo coisas eróticas e excitantes, há muita coisa boa de certeza. Não que conheça muitas é verdade... Assim de repente: Podem  ir sempre para o Justine (não adorei mas é um clássico) ou então, o que a mim me deu calores, Dona Flor e Seus Dois Maridos do fantástico Jorge Amado. Sim, sou uma altamente snob e preconceitosa dos livros, mas acho que ainda mais irritante porque leio de tudo por isso digo mal com conhecimento de causa (sim já li Margarida Rebelo Pinto, e está na calha uns tantos do Freitas que também deve ser um desse género). Mas pessoal, juro que não digo isto às pessoas. E que fico contente só por lerem, Já é bom. P

Da música

Sou quase exclusivamente emocional. Por isso, talvez por isso, os problemas factuais (estar desempregada e tudo o que está inerente a isso)  dão-me insónias, ansiedade, compulsão a comer, e umas crises (inhas) respiratórias que lá consigo controlar com alguma dificuldade  (meditação e treinos de respiração rullam), mas apesar de tudo não me dominam. Controlam-me, mas não me dominam. Porque enquanto conseguir envolver-me numa leitura, absorver-me numa série e emocionar-me numa música estou aqui. E a música que postei ontem fala-me tanto ao coração, Podia em cada frase, em cada palavra, em cada tom emprestar-lhe um rosto, um sorriso, um momento, uma narrativa da minha vida, E sei que enquanto conseguir chorar com isso, não perdi, não me deixei dominar e ainda conseguirei lutar. Não por essa narrativa. (Passado é passado). Mas por tudo aquilo que tenho e que não vou perder. Porque ali, naquela música, encontro todos os bocados de mim, os mais bonitos, os mais corajosos. E se o

Sobre o dia dos namorados

Não percebo bem as pessoas que não gostam, e menos ainda que se orgulham que não gostar. Chatos. Das pessoas que acham que-são-tão-melhores-que-estes-dias-que-só.servem-para-o-consumo-e-que-gostam-é-de-ser-espontâneos, delas só tenho pena. E nem vou falar sequer do argumento(?) "Não gosto do dia porque as pessoas estão mal o ano todo mas nesse dia vão jantar fora como se fosse tudo rosas". E é só isto que tenho a dizer.

Soulmate

Não importa as definições, as vergonhas, os timings imperfeitos, os caminhos percorridos, sozinhos ou acompanhados, mas deslocados, descarrilados um do outro. Como diria alguém, as almas gémeas não foram feitas para nos fazerem felizes e talvez, também não foram feitas para estarem ou ficarem juntas. Porque o mundo é imenso, grandioso e o amor também. O amor por outras pessoas, por exemplo. Mas é bom saber que existem que há, que és tu. Sê muito feliz e ama sempre. (Era a despedida que te faria se tivéssemos direito a uma. Mas a vida é um continuo e não há começos e fins, apenas, às vezes, compassos de espera.) (E com esta música porque foi a que ouvi até à exaustão há cerca de 3 anos e picos quando me atirei de peito aberto, tão forte, tão vulnerável, sabendo que a derrota era inevitável, mas mesmo assim, atirando-me. Porque só sigo em frente quando tenho a certeza de que não há futuro no presente que quero para mim.)

O amor é

- Ele lembrar-se que eu adoro amostras e trazer-me as que há nos hotéis onde tem estado por motivos profissionais. - Eu passear por Lisboa e lembrar-me que há uma cera para o cabelo que ele gosta que não há nos nossos lados e ir onde há buscar.

Sobre o que realmente importa

Há uns anos atrás quando fazia algo de que gostava, numa reunião de opinião com mulheres de várias idades (casadas e com filhos) perguntámos o que as realizava e o que as fazia felizes. E todas, passado um momento de hesitação, e com o devido controle do moderador (para não se sabotarem nem ficarem primadas, etc) foram respondendo que os filhos eram a melhor coisa da vida. Não me espanta a resposta. Não sendo mãe acredito que seja algo que nos preencha quase completamente. Mas o que me espanta, vai espantar sempre é o momento de hesitação, o momento vazio de quem sabe, de certeza que esta resposta está, no mínimo, incompleta. Não concebo um mundo em que as mulheres se esqueçam (?) da paixão e do amor na equação. Ou que sintam que tem que se validar através do amor que têm pelos filhos. Espero sinceramente nunca estar num momento desses, em que a paixão acabou e eu desisti de lutar por ela ou por procurar mais, mesmo que noutro lado. Mas eu sempre tive mais medo da solidão ac