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Ao pé de ti

Fujo dos momentos. Digo graças, falo de banalidades, pergunto pelas rotinas do dia-a-dia. Refugio-me nas expectativas, conquistas, nos caminhos que combatemos. Fomos sempre tão bons a batermo-nos com espadas feitas dos nossos eus profissionais quando não podemos ou queremos falar do que nos une. E essas espadas são patéticas, suadas, cansadas de orgulho e de uma soberba parva que nunca vi em nós. Soa tão artificial e fingido. E gladiamo-nos, como se quisessemos mostrar ao outro que queremos mais, que somos melhores, mais inteligentes, que vamos alcançar determinado objetivo. Olha nós, tão certos, tão espertos, tão inteletualmente complexos, tão brilhantes no firmamento que estamos a construir para nós, longe um do outro. Escondemo-nos no peito cheio e inchado do que temos e pretendemos, entre piadas novas, feitas na altura, sem história, sem mundo, sem futuro.

 Mas não permito ou consinto que surjam silêncios vazios. Porque os silêncios vazios transformam-se quando estamos presentes em qualquer coisa palpável que pode não ser nada, como podem ser aqueles momentos escritos nas estrelas Será que ainda existimos aí algures? Os nossos risos feitos dos sentimentos perdidos em músicas, dos nossos verdadeiros sonhos e medos, das nossas emoções românticas que escondemos nas páginas dos livros que lemos,  das fantasias que tecemos para nunca acontecerem, tornando-se, para mim, pateticamente valiosas. Dos nossos corpos conscientemente conscientes um do outro e raramente tocados. Do ar palpável entre nós. Da qualquer coisa que seria mas que nunca foi. Do que, vinco, imagino sozinha, não sabendo sequer se do teu lado é assim. E sei que tenho medo. Porque não quero ser engolida por um momento que só a mim me atordoa e esmaga.

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Sobre "a nossa alma a desatar"

Sempre Para Sempre Há amor amigo Amor rebelde Amor antigo Amor da pele Há amor tão longe Amor distante Amor de olhos Amor de amante Há amor de inverno Amor de verão Amor que rouba Como um ladrão Há amor passageiro Amor não amado Amor que aparece Amor descartado Há amor despido Amor ausente Amor de corpo E sangue, bem quente Há amor adulto Amor pensado Amor sem insulto Mas nunca, nunca tocado Há amor secreto De cheiro intenso Amor tao próximo Amor de incenso Há amor que mata Amor que mente Amor que nada, mas nada Te faz contente, me faz contente Há amor tão fraco Amor não assumido Amor de quarto Que faz sentido Há amor eterno Sem nunca, talvez Amor tão certo Que acaba de vez Há amor de certezas Que não trará dor Amor que afinal É amor, Sem amor O amor é tudo, Tudo isto E nada disto Para tanta gente É acabar de maneira igual E recomeçar Um amor diferente Sempre , para sempre Para sempre (Donna Maria) Espiral

Voltei mesmo?

 A minha vida vai dando voltas e voltas e escrever que é parte do que sou desce nas prioridades. Despedi-me e em Maio comecei um novo desafio profissional. Menos estabilidade mas mais valorização e autonomia a vários níveis. Quero ensinar ao meu filho que não pode ter medo de correr atrás do que o pode fazer feliz, mas mais importante, não ficar onde está infeliz, pensado que os ses tem significado. Emocionalmente e profissionalmente. Ser mãe é maravilhoso. O sorriso do meu filho preenche recantos da minha alma que nem sabia que existiam. É uma banalidade, mas conto pelos dedos da mão as vezes que senti isto na vida desta maneira. Agora basta o sorriso dele todos os dias. Tornei-me uma pessoa mais confiante desde que sou mãe. Também mais empática. Melhor não sei. Mas mais focada no que é realmente importante.  Mas no entanto... escrever faz-me falta. Deixar sair o que me vai na alma, nos anos, na memória, na criatividade, no desejo incontrolável de controlar emoções, contraditório eu s