Encontrámo-nos numa manhã que ainda mal anunciava a primavera. Sol e Vento. Trocamos banalidades. Estás parada à minha frente. Olhos secos. Espero. Alteram-se e ficam húmidos. Nunca te vi assim. (Nunca deixaste?). Dou dois passos. Os teus olhos ficam frios (ou receosos?), mas não te mexes. Dou mais um passo e tu oscilas. Coloco a minha mão no teu braço e puxo-te suavemente. Olhas-me rapidamente antes de te fundires em mim. Abraço-te e surpreendo-me por me pareceres tão pequena, tão frágil. Parece-me que mil moléculas tuas se evaporaram para te encaixares. Tu, tão sólida, tão forte, tão sarcástica. Mantenho-me firme enquanto os teus ombros saltitam, e ignoro onde estou, o que quero, o que consegui. Penso "Finalmente" mesmo que seja errado.
Eu sei que o que vou dizer é contra todas as regras subjacentes a estrelas cadentes, a pulseiras de nossa senhora do raio que o parta e de todas as velas de bolo de aniversário trincadas, mas a sério, pedir desejos, sonhos, enfim, algo que supostamente não está nas nossas mãos e iremos deixar nas mãos do destino, é algo que acabei de perceber me ultrapassa. Ou então é o destino que se está a lixar para os meus desejos pessoais. É justo. Eu e ele nunca tivemos lá grande relação. De certeza que tem gente muito mais simpática para ele. Portanto, resolução tomada: nunca pedir desejos a pulseiras, velas ou estrelas que não dependam única e exclusivamente de mim. Antes Depois E que me desculpem caso me voltem a dar pulseirinhas destas. Não uso, ou então faço desejos do género "espero lavar os dentes amanhã de manhã" ou "desejo que amanhã haja um anoitecer". Tenho dito Espiral
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