Encontrámo-nos numa manhã que ainda mal anunciava a primavera. Sol e Vento. Trocamos banalidades. Estás parada à minha frente. Olhos secos. Espero. Alteram-se e ficam húmidos. Nunca te vi assim. (Nunca deixaste?). Dou dois passos. Os teus olhos ficam frios (ou receosos?), mas não te mexes. Dou mais um passo e tu oscilas. Coloco a minha mão no teu braço e puxo-te suavemente. Olhas-me rapidamente antes de te fundires em mim. Abraço-te e surpreendo-me por me pareceres tão pequena, tão frágil. Parece-me que mil moléculas tuas se evaporaram para te encaixares. Tu, tão sólida, tão forte, tão sarcástica. Mantenho-me firme enquanto os teus ombros saltitam, e ignoro onde estou, o que quero, o que consegui. Penso "Finalmente" mesmo que seja errado.
Evolução. Alegria e optimismo. Linhas sem fim a ligar extremidades dos futuros. Labirinto. Nascimento e morte. Lua. Amor. Yin Yang. Lágrimas. Vida. Búzios. A viagem da alma. Da minha. Descrições de uma Espiral à procura de si própria e dos outros. Porque a mente e o coração confundem-se num corpo onde transborda sentimento.
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