Às vezes por momentos e conscientemente volto atrás no tempo. Espero que o corpo se habitue à viagem e volto a sentir. Volto a ter 23 e volto aquela dor. Para que não me esqueça. Para que aquele susto, aquela falta de ar nunca saía de mim. Para que não perca a noção dos momentos. Para que nunca saiba de novo o que é sentir aquilo verdadeiramente. Para que retenha e consiga ser câlida, caridosa, generosa, empática presente. Para, por momentos, parar de me sentir viva, para morrer, por sofrer de novo, para nunca mais sofrer assim de novo, e voltar a ver e a sentir que sim, renascemos. Que sim, é possivel sofrer demasiado, e voltar a sentir. Se calhar não demasiado, mas a sentir. E agradecer a todos ou a ninguém por isso. E perceber que ninguém, nunca, devia ser obrigado a sofrer assim, porque nunca se pensou que fosse humanamente possível viver depois disso, mas que ao mesmo tempo, toda a gente devia passar por isso, porque nunca ninguém vive e sente verdadeiramente se não teve e sentiu isso.
Evolução. Alegria e optimismo. Linhas sem fim a ligar extremidades dos futuros. Labirinto. Nascimento e morte. Lua. Amor. Yin Yang. Lágrimas. Vida. Búzios. A viagem da alma. Da minha. Descrições de uma Espiral à procura de si própria e dos outros. Porque a mente e o coração confundem-se num corpo onde transborda sentimento.
Comentários
É , também é isso *