Avançar para o conteúdo principal

Leonard Cohen

Só agora, passado uma semana consigo exprimir alguma coisa. Não sobre ti. Mas sobre mim. Quando te ouvia. Quanto te lia. Posso dizer muito simplesmente, que as tuas músicas não  fazem parte da banda sonora da minha vida. Como acredito que façam parte de muitas. Mas comigo nem por isso. Nunca calhou estar a ouvir-te naqueles momentos chaves. Nos momentos em que olhei para quem amei. Ou que beijei ou fui beijada. Ou quando fiz amor. Nunca estiveste presente quando me apaixonei. Posso ainda dizer-te que demorei a encontrar-te. A perceber a tua magia. Conhecia a "I'm your man" como toda a gente e pelo título, e só ouvindo-a superficialmente, achava-te um homem já meio fora de prazo, chauvinista e machista. E fora de moda. Tudo o que não não queria ouvir. Conheci-te, assim como tantas outras pessoas atráves da versão do Halleluyah do Jeff Buckley, o meu muito querido Jeff. Posso dizer que demorei para perceber que a letra, a letra que eu amava, que descodificava, que um dia terei na pele, era tua. E comecei a dar-te uma oportunidade. Posso dizer-te que a nossa relação foi muito construída. O que é bom. As melhores relações que tive e tenho na vida foram feitas de camadas, camadas cada vez mais fortes. E foi assim que comecei a ouvir-te a ti. A perceber os significados por detrás das músicas. A perceber que era o meu género. Porque escreves e cantas sobre amores. Sempre. Amores acabados. Amores desiludidos. Amores cansados. Amores destruídos. Porque a linguagem mais bonita para falar de amor passa sempre por ser saudade e por ser tristeza. Porque só falamos realmente de amor assim. Quando ele nos deixa, conseguimos exprimir um bocadinho daquilo que ele é. Sem nunca mostrar a totalidade. Porque isso só se consegue vivendo e não falando dele. E és um mestre a falar de Amor. Sem medos. Com dignidade. Porque a tristeza e a saudade no amor é tão digna e tão bonita... E ensinaste-me isso. Por isso a nossa relação foi construída. Porque nunca estiveste presente nos momentos cruciais da minha vida. Mas és dos que estão sempre que me lembro desses momentos.

Até algum dia,

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Sobre "a nossa alma a desatar"

Sempre Para Sempre Há amor amigo Amor rebelde Amor antigo Amor da pele Há amor tão longe Amor distante Amor de olhos Amor de amante Há amor de inverno Amor de verão Amor que rouba Como um ladrão Há amor passageiro Amor não amado Amor que aparece Amor descartado Há amor despido Amor ausente Amor de corpo E sangue, bem quente Há amor adulto Amor pensado Amor sem insulto Mas nunca, nunca tocado Há amor secreto De cheiro intenso Amor tao próximo Amor de incenso Há amor que mata Amor que mente Amor que nada, mas nada Te faz contente, me faz contente Há amor tão fraco Amor não assumido Amor de quarto Que faz sentido Há amor eterno Sem nunca, talvez Amor tão certo Que acaba de vez Há amor de certezas Que não trará dor Amor que afinal É amor, Sem amor O amor é tudo, Tudo isto E nada disto Para tanta gente É acabar de maneira igual E recomeçar Um amor diferente Sempre , para sempre Para sempre (Donna Maria) Espiral

Voltei mesmo?

 A minha vida vai dando voltas e voltas e escrever que é parte do que sou desce nas prioridades. Despedi-me e em Maio comecei um novo desafio profissional. Menos estabilidade mas mais valorização e autonomia a vários níveis. Quero ensinar ao meu filho que não pode ter medo de correr atrás do que o pode fazer feliz, mas mais importante, não ficar onde está infeliz, pensado que os ses tem significado. Emocionalmente e profissionalmente. Ser mãe é maravilhoso. O sorriso do meu filho preenche recantos da minha alma que nem sabia que existiam. É uma banalidade, mas conto pelos dedos da mão as vezes que senti isto na vida desta maneira. Agora basta o sorriso dele todos os dias. Tornei-me uma pessoa mais confiante desde que sou mãe. Também mais empática. Melhor não sei. Mas mais focada no que é realmente importante.  Mas no entanto... escrever faz-me falta. Deixar sair o que me vai na alma, nos anos, na memória, na criatividade, no desejo incontrolável de controlar emoções, contraditório eu s