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Desde quando é que o ser feliz passou a ser uma obrigação?

A felicidade depende muito de nós, mas também não depende.

Dependendo do teu perfil de personalidade podes sentir-te em termos basilares mais feliz ou menos feliz, mais triste ou menos triste. Não és culpado disso. É mesmo assim. Não tens que te esforçar para ser algo que não és. No máximo tens que parar de te culpar por não estares sempre alegre. Não tens que estar. Nem sempre a sorrir. Não tens que estar sempre a sorrir. Essas obrigações matam a naturalidade. E na minha cabeça sem naturalidade, sem seres quem és, como é que podes ser feliz? E podes ser feliz todos os dias. Mas também podes ser só feliz às vezes. Não é OBRIGATÓRIO  nem há REGRAS. E a felicidade é diferente para cada um de nós. E não, não temos que todos os dias batalhar para ser mais felizes. No máximo, temos que batalhar para sermos mais nós mesmos (isto se quiserem, claro). Para muitos a felicidade tem a ver com a excitação dos desafios, para outros isso só trás ansiedade e stress, para muitos a felicidade depende das rotinas, para outros a rotina mata a felicidade, etc, etc.

E há muitas coisas que impedem a felicidade. Claro que há. Sejam financeiros, sejam perdas pessoais e emocionais ou saúde. Não me lixem. Ninguém consegue ser feliz à prova de tudo. A não ser, e já estou a ser muito simpática que tenha estruturas bases mega sólidas (seja financeiro, seja emocional, seja de saúde). E mesmo assim há quem não seja feliz. É NORMAL. Há requisitos mínimos. Mas cada um tem os seus. E como disse e volto a repetir, a felicidade é diferente para cada pessoa. E sim, também há pessoas felizes na maior das misérias. Pessoas felizes com cancro. Pessoas felizes sozinhas. Sim, tudo isso é possível. Não quer dizer que seja possível para toda a gente. Não quer dizer que seja desejável que seja assim para toda a gente. Já disse que o próprio conceito de felicidade é diferente para cada um de nós não já?

A minha felicidade por exemplo. A minha felicidade chama-se paz de espírito (podem também chamar-lhe equilíbrio pessoal se quiserem). Mas não importa se não sabes qual é a tua felicidade. Não é por aí que não és feliz, ou não serás de vez em quando. A felicidade não é um estado imutável e constante.

Esta procura incansável da felicidade irrita-me. Irrita-me porque normalmente vem associado a obrigações várias (sorri todos os dias, dá graças pelo que tens, pensa em 10 coisas que adores, blá blá blá), a projetos que nem toda a gente pode/quer fazer (viagens fantásticas, experiências do arco da velha, etc) ou a relações (poucos amigos mas bons; muitos amigos mas bons; a família é que é, sozinho é que eu estou bem, etc), estilos de vida ( frugais, consumistas, experiencialistas, etc), alimentares (todas-as-dietas-contraditórias-entre-si-que-prometem-um-corpo-melhor-e-ainda-como-bonús-felicidade-eterna) ou ainda os estatutos da vida (imagem, coisas, carreira, etc). Que seca que são as fórmulas. Pode ser tudo isso. Mas pode não ser nada disso.

A felicidade depende muito de nós, mas também não depende. 

Vamos tentar relaxar um bocadinho sim? E libertarmo-nos destas amarras de "tenho que ser feliz sempre ou morrer a tentar porque só assim vale a pena."





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