Viras-te enquanto o vestido escorre-te devagar pelas costas. Passo os dedos pelas saliências das letras ainda não cicatrizadas que escolheste colocar na pele. Na penumbra, que te esconde a cara, não consigo ver o que está escrito. Ouço na minha mente melodias e penso em duas ou três possibilidades. Percorro a tua pele lisa e paro na saliência da tua anca. Bruscamente voltas-te e beijas-me. Desejo-te violentamente nesse momento. Beijo-te os lábios, a cara, o pescoço, quase que te esmago as costelas ao agarrar-te. Levanto-te para cima da secretária. Ouço sons de cacos partidos, de metal e de vidro. As tuas mãos rápidas tiram-me o cinto, puxo-te para mim e beijo-te a boca enquanto as minhas mãos procuram rapidamente pedaços do teu corpo que preciso com urgência fundido no meu.
Eu sei que o que vou dizer é contra todas as regras subjacentes a estrelas cadentes, a pulseiras de nossa senhora do raio que o parta e de todas as velas de bolo de aniversário trincadas, mas a sério, pedir desejos, sonhos, enfim, algo que supostamente não está nas nossas mãos e iremos deixar nas mãos do destino, é algo que acabei de perceber me ultrapassa. Ou então é o destino que se está a lixar para os meus desejos pessoais. É justo. Eu e ele nunca tivemos lá grande relação. De certeza que tem gente muito mais simpática para ele. Portanto, resolução tomada: nunca pedir desejos a pulseiras, velas ou estrelas que não dependam única e exclusivamente de mim. Antes Depois E que me desculpem caso me voltem a dar pulseirinhas destas. Não uso, ou então faço desejos do género "espero lavar os dentes amanhã de manhã" ou "desejo que amanhã haja um anoitecer". Tenho dito Espiral
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