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100 anos de solidão

De que são feitos os bons livros? Aqueles que marcam? Já me disseram que um bom livro, com uma boa história se mostra logo nas primeiras páginas. Ou então que também é um bom guia ir pelos best-sellers. Ou so ler os clássicos.
Sempre li muito. De tudo. Com qualidade, sem qualidade, light, menos light, banda desenhada, até livros da colecção Arlequim. Também já li alguns dos chamados "imprescíndiveis", clássicos, autores portugueses, sul americanos. norte americanos, franceses, ingleses, japoneses. Poesia, prosa, ficção, drama, ensaios...
Não tenho pretensões de ter lido mundos e fundos, mas tento não me ficar "pelo mais lido" ou "pelo mais conhecido" de cada autor. Nem colar-me desnecessariamente a autores mais que ilustres e dizer bem apenas porque toda a gente diz.
Por exemplo: não me agrada o modo de escrever de Charles Dickens. E não o digo de ânimo leve. Li, para além dos famosos Oliver Twist e Grandes Esperanças, os Contos e a Pequena Dorrit. A principio pensei que o que me fizesse não gostar fosse o modo de escrita, corrente na época, mas essa impressão desvaneceu-se ao ler o também conhecido "Feira das Vaidades" de Willian Thckera, contemporâneo de Dickens, do qual gostei. Sim, o modo de escrever na época não é o mais interessante (pelo menos para mim) mas a Feira das Vaidades conseguiu cativar-me muito além do esperado.
Podia dar o exemplo do galardoado Ernest Hemingway...não consegui ler o "Velho e o Mar" até ao fim...fiquei-me pela terceira página...e ainda tentei ler o "Jardim do Edén" mas desisti a meio. Ele pode ser bom...mas aquelas frases declarativas tiram-me do sério...porque não fazem sentido...
Não falando claro de outro ponto: por experiência de tentar ler todos e mais alguns livros dos mais variados autores cada vez acho mais que o best-seller que os levou aos tops é sempre o piorzinho livro deles. Nunca hei-de entender como se processa tal facto...
Posso dar alguns exemplos dos escritores mais badalados (independentemente do ódio que parece estar na moda em relação a alguns deles):
Paulo Coelho: toda a gente ouviu falar do "Alquimista", "Diário de um Mago" e talvez quem sabe "Verónica decide morrer"....digo sem o mínimo embaraço que detestei este último e confundo sempre os primeiros dois....agora em relação a "Brida", "As valquirias" (adoro este, não entendo como há pessoas que odeiam) e outros ninguém fala.
Susanna Tamaro: Estou para conhecer o mortal que não tenha lido "Vai onde te leva o coração" ou que pelo menos não saiba qual é o livro. E toda a gente o adora. Sinceramente até me senti mal de não ter ficado comovida com o livro..mas depois li o "Responde-me" e o "A alma do mundo" e sim..aí já é outra história....livros que se podem dizer que têm qualquer coisa..
E falando noutros autores...leiam "O plano infinito" de Isabel Allende depois da "Casa dos Espíritos" ou então o meu livro favorito da minha escritora favorita Marion Zimmer Bradley...não, não falo das "Brumas de Avalon"....leiam "O Salto Mortal"...e esqueçam o "Chocolate" de Joana Harris e leiam "3 quartos de laranja"...e outros tantos...leiam mais que os best sellers...acreditem que vale a pena...
Bem...não foi para isto que começei este post. A questão é...será que há mesmo livros bons? Aqueles que são As obras primas? Há. Sem dúvida.."O Deus das Moscas" de Willian Golding...."Os miseráveis" de Vítor Hugo e um livro encantador da minha infância do incrível escritor italiano Edmundo de Amicis, o "Cuore". O que terão em comum? Muito pouco, à primeira vista. Diversificam-se: O primeiro arrepia-me pela sua crueldade e verdade. O segundo faz-me sonhar e encoraja-me. o último comove-me e faz-me prometer que serei melhor. O terror. O amor. A inocência. Os abismos da alma humana. A resistência da mesma. A aprendizagem.
Livros a que não fico indiferente. Depois há os outros....que marcam porque nós apelam a alma ou ao coração..como "Brida" ou o "Salto Mortal"...
O que faz um bom livro? A ideia de que, ao ler o final, mesmo que nada antes tenha feito sentido...agora já o faz. Mesmo que fiquemos insatisfeito e que queiramos mais....ou que achemos que o fim deveria ser outro. Afinal os bons livros são feitos das emoções que despertam em nós.

inspiração escrita - 100 anos de solidão (que estava a ler e a pensar "então vá lá qual é a piada?" ...e depois chegou o final...e ...muito bom)

p.s. Já agora...."O código da Vinci" não é assim tão bom....Tá bem escrito e o autor foi "esperto"...mas se sê interessam pelo tema leiam algo mesmo bom e original. Como o "Jesus na fogueira" de Catherine Clement (autora do conhecido romance "A senhora" e outros tantos)...acreditem...daqui a uns tempos ninguém se lembra do Dan Brown...mas calma...hei-de ler os outros livros dele...só para confirmar..e se estiver errada assumo... ehehe ^^ (e também sou dos que acha que aquilo é um plágio descarado do "O sangue de cristo e o santo graal"...pena que o tribunal não tenha achado o mesmo....)

Comentários

catavento disse…
não podia dexar de suspirar qualquer coisa a este propósito. não posso deixar de concordar contigo que os best-sellers são geralmente os piores livros de cada autor, também gostava de saber como isso acontece, mas deve ter a ver com o factor moda - parace que se todos gostam, então eu também vou gostar e se não gostar parece mal...
não concordo é com esse paulo coelho e essa susana tammaro (não gosto nada!!)quer dizer é mais uma questão de gosto...
tal como tu sempre li muito e de tudo e acho que é importante - mesmo que a ideia à partida seja má, ou menos boas, há livros que nos surpreendem (às vezes porque já nada esperamos) foi o caso com o "salto mortal" que me obrigaste a ler e eu adorei.
no entanto, talvez por gosto próprio ou por limitação de tempo e possibilidade de escolha, há autores que leio mais e muitas vezes acontece "estás a ler isso (e isso é dito com aquea cara de "k horroooor!!),como consegues?" que parvoíce! consigo porque gosto de bons livros e é só, consigo porque através dos livros eu viajo, não sou apologista do consumo rápido e quase indiferente. hoje, já não se tem tempo de apreciar. nada.

100 anos de solidão...um bom livro.aliás o título poderá resumir o estado necessário para o ler - a solidão prolongada, a atenção que as palavras às vezes exigem de nós.

por agora tenho um "D.Quixote" e um "Dr. Jivago" perto de um'"A Montanha Mágica" para me deliciar.
(experimenta "Do amor e outros demónios" acho que é esse o titulo,García Marquez também,é igualmente muito bom!)

=)
Anónimo disse…
como eu me sinto pequena neste mundo dos livros..lol. a minha cultura literaria pode dizer-se que é pobre, não é nula, mas é pouca comparada com vcs.
eu gosto de ler aquelas coisas que as pessoas dizem que não gostam. gosto de experimentar.. saber se é de facto mau.lol as vezes é mesmo! sinto-me orgulhosa (so pa chatear a sónia..) de ter conseguido ler
"o velho e mar" até ao fim. embora tenha custado, LI! gosto de ler Saramago, o que não é muito comum, mas gosto de algumas questões que ele levanta. gostei das "Intermitências da Morte". li Paulo Coelho quando era mais nova.acho que é um pouco básico, mas gostei d"as valquírias", não minto. depois gostei daqueles livrinhos da pré-adolescencia da Maria Teresa Maia Gonzalez, que ajudam a construir uma opinião crítica das coisas. nessa altura tinha mais tempo para prestar atenção na COltura. agora são mais livros técnicos com pormenores que não lembram ao menino jesus.
infim.. lol *besoo
Ana disse…
O que é que classifica ser um "bom livro"? Porque alguém o diz? Um bomlivro, é aquele que nós gostamos, aquele com que sentimos empatia, que fala um pouco de nós, o que consegue dizer,o que nós não conseguimos. Um bom livro, é o que nós queremos que seja; é como a verdade! Só podemos viver com a nossa, que é construída passo a passo.
Eu li alguns dos livros que falas e outros quero ler. E,porque quero ler? Porque me interessa. É da mesma forma que não temos de ler um livro(que é uma partilha de alguém, certo?)como os outros o lêem. Além disso, o caminho de cada um é diferente, devido à aprendizagem específica. Portanto, quando eu dou, o que os outros recebem, é como a semente que é lançada em terrenos diferentes, florescem de forma diferente. Portanto, isso dos livros bons e maus, é subjectivo. O mai simportante, talvez, e isso sim é uma referência apra ser "bom" ou não, é a forma como está escrito e não esquecer quando é uma tradução... penso que é umaboa pista para considerar oq ue é "bom" ou não. Importante é ler, escrever, partilhar. Aprender! Ter sede de mais........
Anónimo disse…
1 bom livro? aquele que arrepia, que nos faz ficar acordados até de madrugada, mesmo sabendo que no dia seguinte a faculdade nos espera bem cedinho. é aquele que emociona. aquele no qual se entra na historia, se imaginam as personagens, se vive com elas durante um bocadinho.
é bom saber que ainda há pessoas que, como eu, gostam de simplesmente LER. bons ou maus livros. quem lê sabe que 1livro é 1incognita.
o "100anos de solidao" está em lista de espera na minha prateleira. Fiquei curiosa.

"retrato a sérpia", de isabel allende. já leste? eu gostei.
Anónimo disse…
Curioso como só fazem é ler e mesmo assim dão com cada erro ortográfico :\ Para que serve a leitura então? Para poder dizer "eu li x ou y"?
Anónimo disse…
Oi!
Obrigada pelos comentários!
Em relação às duas primeiras senhoras, podemos falar deste tema quando elas quiserem por isso quero responer apenas aos três últimos comentários:

Gilana, concordo em absoluto contigo. Apenas faço uma resalva. Acho que há livros que são mesmo muito maus e livros que são mesmo muito bons. o resto, o que está na linha do cinzento...sim, quanto a esses acho que pode haver opiniões contrárias. E assim é que é bom. Se não de que valeria este post e o teu comentário a ele? Obrigada*

Pb, =) a tua definição é memso muito sentida. Sim já li o retrato a Sépia e gostei muito. Se leste a casa dos espiritos e a filha da fortuna perceberás que estás diante de uma "triologia" mesmo que meio subentendida.

"Anonymous" eu não leio para dizer que li isto ou aquilo. E muito menos leio com a prioridade de ter uma linguagem ou uma sintaxe mais diversificada e correcta. Para isos serve a escola. Apesar de não ter desculpa para os erros dados. Lapsos, distracções, não usar um corrector...o que quiseres. Apenas não baralhes isso com o meu gosto pela leitura.

Gostava se fosse possível e se quissessem que se identificassem. Podem faze-lo pelo meu email. Beijos***
Anónimo disse…
Oi. Comecei a ler o teu blog há pouco tempo, e este é o meu primeiro comentário. De um modo geral, acho o que escreves bastante interessante. Em relação a este post... não entendes o sentido das frases declarativas de Hemingway?! (sim, não é ermingway...). Há dezenas de autores consagrados bem mais difíceis de ler do que Hemingway, centenas de livros mais complexos que "o velho e o mar". Eu compreendo que não gostes, mas não exageras um bocado quando dizes que te "tiram do sério... porque não fazem sentido..."?
Já agora, uma sugestão: não sei se já leste ou não, mas caso a resposta seja a segunda, recomendo vivamente Gogol - qualquer um dos seus pequenos contos (todos publicados pela assirio & alvim, em livrinhos baratos). É muito bom e extremamente original!
Anónimo disse…
Oi* Obrigada pelo teu comentário. E já corrigi o erro ^^. Realmente há autores bem mais complicados, tenho essa noção, mas realmente complica-me com o sistema o modo como ele escreve. Nunca li os livros de que falas, mas fiquei com curiosidade porque nunca tinha ouvido falar.

Beijo
André disse…
Digo que não sou um grande leitor e lendo o que tu escreveu tenho certeza..
Li muito pouco(pouquissimo mesmo..) e tenho tentado ler mais..
e tenho que dizer que comecei a gostar de ler quando li "As valkirias" e quando vi que mencionastes ali, decidi comentar mesmo sem ter muito pra acrescentar.
Mas ao ler isso, percebi que preciso ler mais, e quero ler mais..
e bom passarei a fazer constantes visitas para poder pegar algumas dias de livros.
Adorei o blog

=)
Anónimo disse…
ola !
Gostei muitos das palavras aqui encontradas, percebe-se o quão escritas foram com muito sentimento. Com certeza fará parte dos meus favoritos.

Bom fim de semana !
Cristiane

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Sobre "a nossa alma a desatar"

Sempre Para Sempre Há amor amigo Amor rebelde Amor antigo Amor da pele Há amor tão longe Amor distante Amor de olhos Amor de amante Há amor de inverno Amor de verão Amor que rouba Como um ladrão Há amor passageiro Amor não amado Amor que aparece Amor descartado Há amor despido Amor ausente Amor de corpo E sangue, bem quente Há amor adulto Amor pensado Amor sem insulto Mas nunca, nunca tocado Há amor secreto De cheiro intenso Amor tao próximo Amor de incenso Há amor que mata Amor que mente Amor que nada, mas nada Te faz contente, me faz contente Há amor tão fraco Amor não assumido Amor de quarto Que faz sentido Há amor eterno Sem nunca, talvez Amor tão certo Que acaba de vez Há amor de certezas Que não trará dor Amor que afinal É amor, Sem amor O amor é tudo, Tudo isto E nada disto Para tanta gente É acabar de maneira igual E recomeçar Um amor diferente Sempre , para sempre Para sempre (Donna Maria) Espiral

Voltei mesmo?

 A minha vida vai dando voltas e voltas e escrever que é parte do que sou desce nas prioridades. Despedi-me e em Maio comecei um novo desafio profissional. Menos estabilidade mas mais valorização e autonomia a vários níveis. Quero ensinar ao meu filho que não pode ter medo de correr atrás do que o pode fazer feliz, mas mais importante, não ficar onde está infeliz, pensado que os ses tem significado. Emocionalmente e profissionalmente. Ser mãe é maravilhoso. O sorriso do meu filho preenche recantos da minha alma que nem sabia que existiam. É uma banalidade, mas conto pelos dedos da mão as vezes que senti isto na vida desta maneira. Agora basta o sorriso dele todos os dias. Tornei-me uma pessoa mais confiante desde que sou mãe. Também mais empática. Melhor não sei. Mas mais focada no que é realmente importante.  Mas no entanto... escrever faz-me falta. Deixar sair o que me vai na alma, nos anos, na memória, na criatividade, no desejo incontrolável de controlar emoções, contraditório eu s