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Os primeiros amores ficam para sempre*

1. Não sei se me irritam mais as pessoas que endeusam as praxes ou as que as demonizam. A melhor coisa da faculdade, really? A pior coisa a seguir ao nazismo, really????

1.2 Aliás nem sabemos se aquilo teve alguma coisa a ver com praxes ou não. Da ideia que tenho, não tinha (nenhum era caloiro). Se poderia ser algum tipo de desafio parvo/perigoso/negligente? Sim. E todos tivemos 20 anos e fizemos coisas dessas. Felizmente não correram deste modo nem fomos vítimas desta tragédia.

1.3 Não quero simplificar nem complicar o sucedido. Espero por bem que esta situação seja esclarecida. Por bem dos que foram e dos que ficam. Mas sem bruxas de salem à mistura.

1.4 Mas, a sério: Comparações com as SS., really? Eu não sendo contra nem a favor de iniciações, vá lá, em qualquer classe, tribo, estágio da vida são feitas iniciações de todos os tipos, não me lixem. O modo como são feitas vai depender do equilíbrio de quem as faz. Como sempre o ser humano é o seu maior benfeitor ou carrasco. Ver por favor livros de sociólogos, antropólogos e psicólogos que estudam o tema dos grupos e das dinâmicas de grupo, a ideia de tribos, etc, e percebam, por favor, a diferença entre a ideia de ritual e formula, e o modo como é usado ou manipulado. A magia da coisa é que tudo pode ser usado para o bem e para o mal. Sim, é perverso. Mas percebam sim?

1.5 Parem por favor com os estereótipos. senhores-da-praxe-que-sao-uns-odiosos-manipuladores vs pancovios-caloiros-da-provincia-que-aceitam-que-lhes-vão-ao-rabo-para-se-integrarem. Isto cansa, a sério,. Além de ridículo torna as pessoas unilaterais, preto e branco, com apenas uma camada, e sem profundidade nenhuma, como se só houvesse dois caminhos opostos. A sério? Querem mesmo que os vossos filhos, netos, sobrinhos, primos sejam vistos apenas como "o robot bom que obedece a tudo para pertencer a algo" ou o "robot mau que obedece a tudo para pertencer a algo"? É que no fundo assim até são iguais. E dá pena não dá? E eu acredito muito mais na responsabilidade individual, e na riqueza de espíritos.

1.6. Odeio fardas, queria ir para os escuteiros para acampar mas aquela trupe toda não era para mim, não ligava nada ao traje académico e contudo adoro a minha capa que muito me aqueceu em noites complicadas. Adorei as minhas praxes como caloira, adorei as minhas praxes como veterana. Percebo quem não gosta e também não é o meu cavalo de batalha, nem vou dizer que é a melhor coisa de sempre. Nunca gostei de associativismos e nunca precisei nem gostei de seguir a carneirada. Contudo faço hoje em dia parte de uma associação que usa fardas (CVP). Continuo a não gostar de fardas nem de carneiradas. Como é que me rotulam agora? Deve ser cansativo. O ser humano é um mundo de coisas. Parem de limitar. E tenho a minha capa guardada com carinho, sim.

2. Li hoje textos de pessoas que sem o mínimo conhecimento repudiavam e insultavam testes psicotécnicos. Como se fossem uma e só coisa , usando argumentos com um grau de inexactidão e de burrice que roçava a boçalidade. Ignorância e algo que me transcende. Mas mais que isso as pessoas que gostam de permanecer ignorantes e que dizem que até podem estar erradas, mas que vão pensar de determinada maneira porque elas e que sabem  e querem lá saber se estão erradas, ainda me transcende mais.

2.1 o que é grave é que falamos de pessoas com formação. Não falo necessariamente de formação superior mas qualquer pessoa que teve filosofia sabe o que são falácias e erros de lógica. E quem não teve filosofia, de certeza que aprendeu a raciocinar. Com o cérebro, sim? E mesmo quem não teve nada disto, aprendeu a não dizer barbaridades do que não sabe não é? Pois..


3. Um dos perigos deste mundo tão amplo e tão democrático em que vivemos em que e tão fácil dizer o que nos dá na real gana sem consequências disso e com espaço virtualmente ilimitado para o fazer e que acaba por se criar muita merda. Muita barbaridade. Que não ajuda, que não nos engrandece, que não nos permite ser melhores. E eu acredito na elevação do espírito, da mente, da alma através de belas palavras, belos discursos e belas aprendizagens.

3.1 Mas vivemos num mundo quiçá sem boas intenções. Em que a liberdade é vista como um Carnaval sem regras, e o respeito pelo outro é chato e limitador. Um dia se calhar ainda vou aprender a não me indignar com isto. Hoje não é o dia.




*sou psicóloga e tenho mau feitio. Arrumem. Encaixem. Quero lá saber. Liberdade de expressão não é?

Comentários

Eça disse…
Total, a internet democratizou a estupidez ;)
Ana disse…
Muito bem dito, concordo a 100%. E "a internet democratizou a estupidez" deve ser das coisas mais verdadeiras que ouvi nos ultimos tempos. Só não tenho a certeza se também não a aumentou.

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Sobre "a nossa alma a desatar"

Sempre Para Sempre Há amor amigo Amor rebelde Amor antigo Amor da pele Há amor tão longe Amor distante Amor de olhos Amor de amante Há amor de inverno Amor de verão Amor que rouba Como um ladrão Há amor passageiro Amor não amado Amor que aparece Amor descartado Há amor despido Amor ausente Amor de corpo E sangue, bem quente Há amor adulto Amor pensado Amor sem insulto Mas nunca, nunca tocado Há amor secreto De cheiro intenso Amor tao próximo Amor de incenso Há amor que mata Amor que mente Amor que nada, mas nada Te faz contente, me faz contente Há amor tão fraco Amor não assumido Amor de quarto Que faz sentido Há amor eterno Sem nunca, talvez Amor tão certo Que acaba de vez Há amor de certezas Que não trará dor Amor que afinal É amor, Sem amor O amor é tudo, Tudo isto E nada disto Para tanta gente É acabar de maneira igual E recomeçar Um amor diferente Sempre , para sempre Para sempre (Donna Maria) Espiral

Voltei mesmo?

 A minha vida vai dando voltas e voltas e escrever que é parte do que sou desce nas prioridades. Despedi-me e em Maio comecei um novo desafio profissional. Menos estabilidade mas mais valorização e autonomia a vários níveis. Quero ensinar ao meu filho que não pode ter medo de correr atrás do que o pode fazer feliz, mas mais importante, não ficar onde está infeliz, pensado que os ses tem significado. Emocionalmente e profissionalmente. Ser mãe é maravilhoso. O sorriso do meu filho preenche recantos da minha alma que nem sabia que existiam. É uma banalidade, mas conto pelos dedos da mão as vezes que senti isto na vida desta maneira. Agora basta o sorriso dele todos os dias. Tornei-me uma pessoa mais confiante desde que sou mãe. Também mais empática. Melhor não sei. Mas mais focada no que é realmente importante.  Mas no entanto... escrever faz-me falta. Deixar sair o que me vai na alma, nos anos, na memória, na criatividade, no desejo incontrolável de controlar emoções, contraditório eu s