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Queda

Talvez esta mania de quando estar a cair, começar a pensar no modo como se vai subir, e de como de certeza que se vai subir seja completamente errada. Talvez quando se cai, só se deva pensar na queda, no tempo que demorara a cair, até que ponto cairemos, gritar, gritar muito, perder-nos enquanto caimos, sentir a queda, a dor, tudo aquilo que nos faz cair a 100%. Afinal, como podemos querer subir se ainda não sabemos o quanto caimos? Nem a força do impacto. Nem se conseguimos ver o céu. Nem se vamos sobreviver. Mas sobrevivemos. Com feridas. Muitas. Que podem nunca cicatrizar. Mas respiramos. Que tal nesse momento, em que a poeira ainda nem assentou, começou primeiro por pensar, "sobreviveste" e só depois tentar olhar para o longo caminho que teremos que subir. E só depois, talvez, tentar escalar. Tentar. Porque se vai cair. Uma e outra vez. Mas vamos voltar a erguer-nos. Mesmo que doa. Porque é mesmo assim, não é? E depois recomeçamos a escalada. E talvez quando subirmos alguma coisa, já possamos pensar no modo como iremos subir o resto. E talvez esse seja o momento em que pensamos "é por aqui." Mas só aí. E não antes. Porque as quedas doiem muito. E tentar parar uma queda a meio pode deixar ainda mais cicatrizes, ainda mais dores. Acho que essa ideia de parar quedas a meio está sobrevalorizada.

(Dissecação da opinião que se tem de determinada música. Não é para ter sentido. É acerca do que fazemos. Como lutamos. Do que sobrevivemos.)

Espiral

Comentários

Ana disse…
concordo :) não se deve evitar a raiva, o desgosto, as lágrimas. só depois disso tudo é que se pode seguir em frente.

um beijo
Sérgio Mak disse…
Eu não me preocupo. Essencialmente por não ter onde cair morto...
Espiral disse…
Ana,

tás sempre lá*

Mak,

O problema é quando não se tem onde cair vivo...

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Sobre "a nossa alma a desatar"

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Voltei mesmo?

 A minha vida vai dando voltas e voltas e escrever que é parte do que sou desce nas prioridades. Despedi-me e em Maio comecei um novo desafio profissional. Menos estabilidade mas mais valorização e autonomia a vários níveis. Quero ensinar ao meu filho que não pode ter medo de correr atrás do que o pode fazer feliz, mas mais importante, não ficar onde está infeliz, pensado que os ses tem significado. Emocionalmente e profissionalmente. Ser mãe é maravilhoso. O sorriso do meu filho preenche recantos da minha alma que nem sabia que existiam. É uma banalidade, mas conto pelos dedos da mão as vezes que senti isto na vida desta maneira. Agora basta o sorriso dele todos os dias. Tornei-me uma pessoa mais confiante desde que sou mãe. Também mais empática. Melhor não sei. Mas mais focada no que é realmente importante.  Mas no entanto... escrever faz-me falta. Deixar sair o que me vai na alma, nos anos, na memória, na criatividade, no desejo incontrolável de controlar emoções, contraditório eu s