Talvez esta mania de quando estar a cair, começar a pensar no modo como se vai subir, e de como de certeza que se vai subir seja completamente errada. Talvez quando se cai, só se deva pensar na queda, no tempo que demorara a cair, até que ponto cairemos, gritar, gritar muito, perder-nos enquanto caimos, sentir a queda, a dor, tudo aquilo que nos faz cair a 100%. Afinal, como podemos querer subir se ainda não sabemos o quanto caimos? Nem a força do impacto. Nem se conseguimos ver o céu. Nem se vamos sobreviver. Mas sobrevivemos. Com feridas. Muitas. Que podem nunca cicatrizar. Mas respiramos. Que tal nesse momento, em que a poeira ainda nem assentou, começou primeiro por pensar, "sobreviveste" e só depois tentar olhar para o longo caminho que teremos que subir. E só depois, talvez, tentar escalar. Tentar. Porque se vai cair. Uma e outra vez. Mas vamos voltar a erguer-nos. Mesmo que doa. Porque é mesmo assim, não é? E depois recomeçamos a escalada. E talvez quando subirmos alguma coisa, já possamos pensar no modo como iremos subir o resto. E talvez esse seja o momento em que pensamos "é por aqui." Mas só aí. E não antes. Porque as quedas doiem muito. E tentar parar uma queda a meio pode deixar ainda mais cicatrizes, ainda mais dores. Acho que essa ideia de parar quedas a meio está sobrevalorizada.
(Dissecação da opinião que se tem de determinada música. Não é para ter sentido. É acerca do que fazemos. Como lutamos. Do que sobrevivemos.)
Espiral
(Dissecação da opinião que se tem de determinada música. Não é para ter sentido. É acerca do que fazemos. Como lutamos. Do que sobrevivemos.)
Espiral
Comentários
um beijo
tás sempre lá*
Mak,
O problema é quando não se tem onde cair vivo...