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Às vezes sinto-me velha e cansada. Não velha e cansada fisicamente.

Velha e cansada de todos os sentimentos e memórias que retenho em mim. Do pouco que vivi e do muito que absorvi. Das dores e das intensidades.

Às vezes gostava de nunca ter amado de verdade, de não saber o que é a paixão, a química, a sensação de almas gémeas. As verdadeiras. Não que conheça bem as falsas mas há sempre algo mais especial no que vivemos ou queremos acreditar que sim.

E o pior é isso. O ultrapassar, o voltar a tentar, o voltar a apaixonar, tem muito de desacreditar. Que afinal aquilo que pensamos ser único e inimaginável tinha muito de mentira, de artificialidade, de quimera. Porque se pensarmos que era tudo tão verdadeiro, tão único como sentimos, não seguimos em frente.

Temos que matar pelo menos alguns dos mundos que construímos para continuar.

E isso é muitas vezes insuportável. E torna-me velha e cansada.

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As pessoas não fazem ideia, não sonham, não pressentem.... Mas em termos emocionais sempre tive uma sorte avassaladora. Sim independentemente, de tudo, a sorte, o timing é fundamental e crucial. Nós apenas jogamos com as cartas que a vida nos dá. E eu tenho/tive uma sorte avassaladora. Porque amei demais, sofri demais, porque mesmo quando perdi, ganhei muito. Porque tive hipóteses, porque tive esperanças, porque me expus, porque nunca, mas nunca me acobardei. Porque tive medo, muito medo. Porque tive coragem. Porque foi sempre vulnerável e sincera. Porque sei a diferença entre perder a dignidade e perder o orgulho. Caramba não sei mesmo explicar como certas experiências são tão enriquecedoras. Quem toca o céu nunca volta ao seu ponto original. E caramba em termos estatísticos ainda tenho mais de metade de uma vida para viver.