1. Sou feminista. Acho que sempre fui, apesar de há uns anos não me assumir dessa maneira por achar um rótulo demasiado forte e demasiado ligado a uma ideia agressiva, autoritária e "morte-aos-homens" que não tem nada a ver comigo. Mas agora, mais velha, com mais conhecimento e com mais noção do panorama do mundo, afirmo-o sem medos. Sem bandeiras e gritos altos, mas sem medos. Porque ainda há muitas injustiças e desigualdades. Porque em cada momento em que tenho que pensar se vou por uma determinada rua, no comprimento da saia, no comentário engraçado-machista de um colega, no paternalismo, no interromperem-me, no ganhar menos em funções iguais e na sempre malfadada falta de equiparação nas tarefas domésticas, vejo que ainda não está tudo bem. 2. Mas. não nego, e vejo todos os dias, que muitas vezes, infelizmente, e sem terem muitas vezes consciência disso, são as próprias mulheres que, de algum modo, perpetuam mitos e ideias que não nos ajudam. Porque queremos tanto ter a...