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Cada um é para o que nasce

Imaginem uma praia fantástica (sim, gosto de Santa Cruz), com um tempo fantástico, apesar do mar um bocadinho nada violento e um bocadinho nada frio. Eu que costumo ser a primeira a ir independentemente da bandeira vermelha, do mar gelado e dos "és doida, fica mas é quietinha", neste sábado estava um nada "o sol tá tão bom, nem molhar os pés me apetece" portanto estava na toalha em amena cavaqueira (leia-se corte e costura) com duas amigas.
Muito perto de nós estava uma familia de emigrantes a fazer o arraial do costume. Era o miúdo de meses com os pezinhos a espreitar do carrinho, eram os putos a cirandar por ali, eram as jovens alegremente, era o avô, era a mão e o pai, uma festa por si só.

Estando eu e as minhas amigas a conversar alegremente, sendo eu a que estava mais longe da dada família, e com óculos escuros postos, o que não abona muito para eu ter um ar juvenil e descontraído, quando chega um dos miúdos, para aí com 4 anos, devidamente munido com um balde e uma pistola de água ao pé de nós. Fica muito sério a olhar com ar pensativo, decide-se, chega-se ao pé de mim com ar de "levas uma murraça se dizes que não" e diz "Toma, enche isto..." estendendo-me o balde e a bela da bisnaga.

Eu faço um ar "mas o que raio tenho eu que atraio sempre as criancinhas?", suspiro, olho para o miúdo, rio-me, pego no balde e lá vou eu encher de água enquanto a I. só diz "Estava-se mesmo a ver, és bruxa e os miúdos gostam, já sabes.". Quando volto, com o ar mais digno que consigo fazer, a carregar o balde (que ficou pesado para o miúdo, aliás, para o Dani, ficamos grandes amigos ora essa) e depois de encher devidamente a bisnaga de água, vira-se a S.:

- Olha lá, agora lembrei-me, não eras tu que nem querias molhar os pés porque não querias ficar com areia?
- Pois, era essa a ideia... mas desde quando é que eu digo que não a putos?
- Tás tramada....

Nasci para ser escrava das criancinhas. Se eu alguma vez tinha dúvidas fiquei sem nenhumas. E elas de algum modo obscuro sabem-no. Malandras...

Espiral

p.s. Também pelos vistos nasci para ser a motorista para o pessoal beber uns copos no Cinco e no Lux. Mas a noite estava linda por isso valeu a pena =) (além de que muitas vezes também sou eu nos copos sem stress.)

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Sobre "a nossa alma a desatar"

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Voltei mesmo?

 A minha vida vai dando voltas e voltas e escrever que é parte do que sou desce nas prioridades. Despedi-me e em Maio comecei um novo desafio profissional. Menos estabilidade mas mais valorização e autonomia a vários níveis. Quero ensinar ao meu filho que não pode ter medo de correr atrás do que o pode fazer feliz, mas mais importante, não ficar onde está infeliz, pensado que os ses tem significado. Emocionalmente e profissionalmente. Ser mãe é maravilhoso. O sorriso do meu filho preenche recantos da minha alma que nem sabia que existiam. É uma banalidade, mas conto pelos dedos da mão as vezes que senti isto na vida desta maneira. Agora basta o sorriso dele todos os dias. Tornei-me uma pessoa mais confiante desde que sou mãe. Também mais empática. Melhor não sei. Mas mais focada no que é realmente importante.  Mas no entanto... escrever faz-me falta. Deixar sair o que me vai na alma, nos anos, na memória, na criatividade, no desejo incontrolável de controlar emoções, contraditório eu s