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Apercebi-me agora

Que é "chique", de "bom tom", "muito intelectual" e "na moda" toda a gente que pensa que lê, e porque leu meia dúzia de livros gostar de Saramago.

Ora, parece que é meia dúzia de motivos para eu não gostar. Mas gosto das ideias criativas. Do modo diferente de escrever, e de algumas coisas da sua personalidade.

Lá está, eu gosto do que gosto. Porque sim, porque as sinto e porque as penso.

Espiral

Comentários

S. G. disse…
e tu quantos leste do saramago? :)
Espiral disse…
Hum... o Memorial do Convento, o Caim, o Homem Duplicado,a Caverna, o Evangelho segundo Jesus Cristo, o Ensaio sobre a Cegueira... lol =)

Meia Dúzia, fui apanhada! ehehe... mas no meu caso especifico, gosto muito de um (Memorial do Convento), não gosto de outros (Homem Duplicado e Caim), andando outro pelo bonzito, e outros pelo "assim-assim".

Ou seja, considero o senhor um bom escritor com livros bons e livros maus, como é normal. Agora achar tudo o que ele faz fantástico é que me parece estranho.

Não percebo o endeusamento do homem =).
S. G. disse…
ora bem :)

quando acusaste as pessoas de ler meia dúzia de livros era literal e abrangente, ou só do saramago?

eu comecei a ler saramago em 1998. já li muito do homem...a começar no evangelho. apesar de ter umas costelas católicas, não me chocou absolutamente nada, porque cada vez menos acredito no endeusamento, muito menos de homens...por isso digo que não tenho pena de não o ter conhecido pessoalmente, nem em sessões de autógrafos...não concordo que ele tenha livros maus, nem que o caim seja uma seca, porque a escrita foi sendo cada vez mais despojada, mais «limpa», mais sucinta e centrada no âmago das questões centrais dele, o homem e a sua natureza...


já me alonguei, mas eu gosto muito do saramago e não porque ele morreu ou está na moda, já o leio desde que estive preparado para o ler, e é uma vergonha ter lá o levantado do chão e não ter lido!


(eu li 14:

Memorial do Convento

O Homem Duplicado

A Caverna (este é um dos que gostei menos)

O Evangelho segundo Jesus Cristo

Ensaio sobre a Cegueira

Ensaio sobre a lucidez

Pequenas memórias

O Ano da Morte de Ricardo Reis (muito muito bom)

A Jangada de Pedra

História do Cerco de Lisboa

Todos os Nomes

As Intermitências da Morte

A Viagem do Elefante

Caim)
Espiral disse…
No caso, era mesmo meia dúzia dele. =)

Eu considero o Saramago bom escritor, e quero ler mais livros dele, especialmente uns 3 ou 4 que tenho especial curiosidade (O ano da morte de Ricardo Reis por exemplo), e não me choca "religiosamente" o que ele escreve sobre a igreja católica.

"Choca-me" intelectualmente pela falta de conhecimento de teologia e da simbologia religiosa não só católica como religiosa em geral.

O "Evangelho segundo Jesus Cristo" foi para mim uma desilusão completa. O que eu pensava ser uma sátira inteligente não passou para mim de uma cópia vista e revista do que já foi feito (lembrou-me Monty Phyton do principio ao fim).

O "Caim" ainda perdeu mais. Quando digo "seca" é no sentido de não acrescentar nada de novo, e de ser quase grosseiro no modo como simplifica várias passagens da Bíblia modificando-as de um modo estranho... Além disso aquelas voltas e reviravoltas do Caim estão meio "inocentes" em termos narrativos... parece um aprendiz a escrever =/

Em relação a Saramago ter ficado mais simples com o passar do tempo, não posso responder, tenho que ler mais para saber =)

Obrigada pela troca de ideias =)

p.s. E, já agora, o Memorial do Convento está no meu top5 de livros favoritos =)
S. G. disse…
acredito que a simplicidade ainda é um dos bons segredos da escrita, daí que esses rasgos de aprendiz podem (não sei como interpretar bem isso) considero-os um caminho para a simplificação e sublimação...

(admito que podemos ficar ofuscados quando gostamos - parece que nas relaçõe stambém acontece :)

quanto à simplicação da escrita é possível perceber com o tempo (quanto mais lemos mehor fica) mas também é perceptível em termos cronológicos:

Terra do Pecado, 1947
Manual de Pintura e Caligrafia, 1977
Levantado do Chão, 1980
Memorial do Convento, 1982
O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
A Jangada de Pedra, 1986
História do Cerco de Lisboa, 1989
O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991
Ensaio Sobre a Cegueira, 1995
Todos os Nomes, 1997
A Caverna, 2000
O Homem Duplicado, 2002
Ensaio Sobre a Lucidez, 2004
As Intermitências da Morte, 2005
As Pequenas Memórias, 2006
A Viagem do Elefante, 2008
Caim, 2009

eu é que agradeço que apareça alguém que tenha "realmente lido" o saramago...mesmo que não goste :) há muita gente a criticar sem conhecer...
S. G. disse…
"daí que esses rasgos de aprendiz podem (não sei como interpretar bem isso) ser considerados"

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Sobre "a nossa alma a desatar"

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Voltei mesmo?

 A minha vida vai dando voltas e voltas e escrever que é parte do que sou desce nas prioridades. Despedi-me e em Maio comecei um novo desafio profissional. Menos estabilidade mas mais valorização e autonomia a vários níveis. Quero ensinar ao meu filho que não pode ter medo de correr atrás do que o pode fazer feliz, mas mais importante, não ficar onde está infeliz, pensado que os ses tem significado. Emocionalmente e profissionalmente. Ser mãe é maravilhoso. O sorriso do meu filho preenche recantos da minha alma que nem sabia que existiam. É uma banalidade, mas conto pelos dedos da mão as vezes que senti isto na vida desta maneira. Agora basta o sorriso dele todos os dias. Tornei-me uma pessoa mais confiante desde que sou mãe. Também mais empática. Melhor não sei. Mas mais focada no que é realmente importante.  Mas no entanto... escrever faz-me falta. Deixar sair o que me vai na alma, nos anos, na memória, na criatividade, no desejo incontrolável de controlar emoções, contraditório eu s