Avançar para o conteúdo principal

Tristeza sobre a felicidade

Acho que as pessoas que já estiveram muito muito tristes e que já tiverem mesmo maus momentos pensam, sentem, que estão desencantados. Que perderam qualquer coisa que já não voltam a ganhar. Que já não vão rir como riam. Que já não vão sentir como sentiam. Que já nada vai ser como dantes.

E é verdade. Um vaso arranjado depois de quebrado não fica igual a um vaso que nunca foi partido.
E é quando bocadinhos desse tipo de tristeza voltam que achamos que a verdadeira alegria já não volta.

Mas talvez não seja verdade. Talvez quando isso acontecer, sintamos que estamos mais desiludidos, mas não mais desencantados, com maior amplitude para sentir a tristeza, mas com maior generosidade para todo o tipo de alegrias.

Talvez, o aprender que há tristezas enormes nos ensine a abraçar tudo aquilo porque devemos sentir-nos gratos. E a dar importância desmedida aos momentos bons.

Espiral

Comentários

Poetic Girl disse…
A verdade é que depois de um desgosto é mais dificil sairmos do casulo que criámos à nossa volta. Mas se quisermos podemos deixar entrar a felicidade novamente, basta estarmos dispostos a isso. bjs
Espiral disse…
Por acaso aqui falava mais no geral, não necessariamente depois de um desgosto, mas do que um desgosto nos pode tornar a longo prazo. Há sempre sequelas não é?
Anónimo disse…
Gostei especialmente do teu terceiro parágrafo.

Existem sempre sequelas e acho que é preciso coragem para voltar a estar da mesma maneira que já estivemos. Voltar a dar a mesma confiança, voltar a sentir a mesma força que uma vez já dedicamos e ficámos desiludidos.

Bj S.
Espiral disse…
Anónimo,

Pessoalmente acho impossível (ou quase) voltar a dar a mesma confiança. Voltar a ter a mesma força.

Mas acredito que se pode encontrar outro tipo de força (maior, talvez) e outra confiança qualquer... (melhor, talvez).

Simplesmente.... só quem já sofreu intensamente, pode amar de igual forma. E talvez a dor seja a única forma de conseguir isso.

Talvez.

(Eu conheço-te, anónimo?)

Mensagens populares deste blogue

Regras das pulseiras, velas e estrelas

Eu sei que o que vou dizer é contra todas as regras subjacentes a estrelas cadentes, a pulseiras de nossa senhora do raio que o parta e de todas as velas de bolo de aniversário trincadas, mas a sério, pedir desejos, sonhos, enfim, algo que supostamente não está nas nossas mãos e iremos deixar nas mãos do destino, é algo que acabei de perceber me ultrapassa. Ou então é o destino que se está a lixar para os meus desejos pessoais. É justo. Eu e ele nunca tivemos lá grande relação. De certeza que tem gente muito mais simpática para ele. Portanto, resolução tomada: nunca pedir desejos a pulseiras, velas ou estrelas que não dependam única e exclusivamente de mim. Antes Depois E que me desculpem caso me voltem a dar pulseirinhas destas. Não uso, ou então faço desejos do género "espero lavar os dentes amanhã de manhã" ou "desejo que amanhã haja um anoitecer". Tenho dito Espiral

Mau feitio pois

Irrita-me psicólogos com "voz de psicólogo". Irrita-me a entoação "somos-todos-humanos-e-com-fraquezas-e-forças-e-vamos-lá-dar-as-mãos". Por isso irrita-me ouvir o Eduardo de Sá e o outro parvo que agora não me lembro o nome, há espera, é o Júlio Machado Vaz, mas que para justificar cada palermice que diz na rádio manda a boca do "isto não sou eu que digo, é tudo científico", quando tudo o que ele diz não tem ponta de racionalidade nenhum quanto mais de ciência. E lamento se tem um currículo fantástico, e se calhar até são bons no seu dia-a-dia. Mas deviam ter mais cuidado com o que dizem na rádio. Não falam para especialistas. Espiral