Avançar para o conteúdo principal

Do desamor

Tenho um medo enorme do desamor.
Não do fim. Tudo tem que ter um fim de alguma maneira. Mas do desamor tenho um medo enorme.

Já ouvi pessoas dizerem de outras, de peito cheio de sentimento, com palavras convictas e completas "é o homem/mulher da minha vida". E não é preciso muito tempo para afinal acabaram. Para afinal surgir outra pessoa. Que sim talvez seja desta vez.

Preocupa-me o desamor. Provavelmente chama-se sobreviver e aprender a viver com toda a bagagem emocional. Mas é algo que me dá medo e que me entristece.

Se calhar sou eu que ainda não sei o que isso. Do "amor da vida". Acho que só consigo nomear as coisas que tive, exactamente no momento em que já são passado. Tive um grande primeiro amor. Tive uma grande paixão . Tive(?) a pessoa que considero ser a minha alma gémea. (O que quer que isso signifique).

Nos momentos, no que acontece, no que estou a viver não penso muito nisso. Tento nem identificar de nenhuma maneira. Porque já vivi mais do que queria. Porque já senti o que não esperava sentir. Porque a vida dá muitas voltas. E eu posso ir sempre de peito aberto, mas já sei que provavelmente haverá feridas.

Eu sei que se gosta das pessoas de muitas maneiras. Que há vários tipos de amor. Que encontramos pessoas fantásticas ao logo da nossa vida, e que elas nos completam de um modo ou de outro.

Mas talvez por isso tenho imensa dificuldade com as definições definitivas nas relações. Há pouca coisa tão pouco definitiva como as relações. Porque é como se fosse um organismo vivo. Que muda...

Talvez por isso não cuspa no prato onde comi. Os meus amores são sagrados. Sempre. Independentemente dos ressentimentos, da dor, da mágoa e dos arrependimentos. E da vida que passa.

Acho, sei, que amo para sempre. De uma certa forma. Não sei se é fácil de compreender. Só sei que é assim. Talvez porque tenha muito medo do desamor. Deve ser por isso.




Comentários

Mensagens populares deste blogue

Sobre "a nossa alma a desatar"

Sempre Para Sempre Há amor amigo Amor rebelde Amor antigo Amor da pele Há amor tão longe Amor distante Amor de olhos Amor de amante Há amor de inverno Amor de verão Amor que rouba Como um ladrão Há amor passageiro Amor não amado Amor que aparece Amor descartado Há amor despido Amor ausente Amor de corpo E sangue, bem quente Há amor adulto Amor pensado Amor sem insulto Mas nunca, nunca tocado Há amor secreto De cheiro intenso Amor tao próximo Amor de incenso Há amor que mata Amor que mente Amor que nada, mas nada Te faz contente, me faz contente Há amor tão fraco Amor não assumido Amor de quarto Que faz sentido Há amor eterno Sem nunca, talvez Amor tão certo Que acaba de vez Há amor de certezas Que não trará dor Amor que afinal É amor, Sem amor O amor é tudo, Tudo isto E nada disto Para tanta gente É acabar de maneira igual E recomeçar Um amor diferente Sempre , para sempre Para sempre (Donna Maria) Espiral

Voltei mesmo?

 A minha vida vai dando voltas e voltas e escrever que é parte do que sou desce nas prioridades. Despedi-me e em Maio comecei um novo desafio profissional. Menos estabilidade mas mais valorização e autonomia a vários níveis. Quero ensinar ao meu filho que não pode ter medo de correr atrás do que o pode fazer feliz, mas mais importante, não ficar onde está infeliz, pensado que os ses tem significado. Emocionalmente e profissionalmente. Ser mãe é maravilhoso. O sorriso do meu filho preenche recantos da minha alma que nem sabia que existiam. É uma banalidade, mas conto pelos dedos da mão as vezes que senti isto na vida desta maneira. Agora basta o sorriso dele todos os dias. Tornei-me uma pessoa mais confiante desde que sou mãe. Também mais empática. Melhor não sei. Mas mais focada no que é realmente importante.  Mas no entanto... escrever faz-me falta. Deixar sair o que me vai na alma, nos anos, na memória, na criatividade, no desejo incontrolável de controlar emoções, contraditório eu s