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Autenticidade

Às vezes perco-me um bocadinho na minha definição de autenticidade. E do que realmente importa.
Num mundo em que todos queremos ter o último iphone, o gps Tom Tom, o verniz Chanel ou a mala Birkin, e em que, independentemente do que ganhamos, valemos ou temos, achamos todos que merecemos essas coisas e que eventualmente as teremos (nem que seja preciso andar 3 meses a comer marcas brancas de supermercado) eu perco-me. Afinal o que importa realmente.

Não ligo de todo a marcas e muito menos a gadjets. Gostava de moleskines porque eram simples e pretos, mas deixei de usar há pelo menos 5/6 anos quando percebi que eram "moda" e que toda a gente se vangloriava de ter um moleskine (juro que não percebo...), como se fossem escrever e desenhar mais e melhor por o terem. Mas sim, tenho imensos livros, imensa roupa (se calhar em comparação com as fashions de serviço não lol), gosto de blocos de notas e de baralhos de cartas e compro-as porque sim, mas não fico infeliz se não os tiver.

Há coisas que gosto claro. Mas normalmente não por serem de determinada marca. Estilo, personalidade e identidade própria tenho eu, obrigada, não preciso de ajudas. Simplesmente gosto daquilo com que me identifico. Não preciso de um iphone de 1000 euros, uma mala de 3000 ou um carro de 70000 (apesar de adorar Porsche, pelo design).

Se calhar tenho sorte. Por não delirar com essas coisas e preferir passar uma noite a dançar até de madrugada com amigos ou passar uma tarde num café a ler um livro enquanto bebo um cappuccino. Ou andar a namorar aquele vestido que vi numa loja a 70 euros e depois compra-lo nos saldos por 35.

Todos achamos que merecemos muita coisa. Concordo. Simplesmente eu não acho que mereça coisas. Mereço pessoas e sentimentos. E sem isso é que a minha vida seria vazia.



p.s. Nada contra as marcas brancas, nada contra qualquer um dos objectos que referi. Foi a título de exemplo.

Comentários

I. disse…
Nós não somos o que temos. Felizmente.
As pessoas atribuem-se esse merecimento a coisas caras como uma auto condecoração. Parece-me triste, só.
(adoro moleskines, o papel tem uma textura fabulosa. se encontrar igual e mais barato, mudo, até lá, permaneço fiel )
Espiral disse…
Também gosto de moleskines. E em relação a eles nem tinha a ver com a questão preços; eu até compro agendas ou blocos de notas mais caros às vezes.
Era no sentido de que muitas vezes não procuramos o que para nós é verdadeiro e autêntico, mas sim o que é "moda" e o que achamos que nos fará felizes só porque sim ou porque assim pertencemos ao grupo.
Poetic Girl disse…
Também nunca dei importância a essas coisas de marcas, aliás sempre fui do lema que prefiro coisas que os outros não têm. Tudo o que é demasiado massificado não me atrai minimamente.,,,, bjs
Espiral disse…
A mim isso também me acontece, aliás quase sempre, a não ser que sejam coisas com que dou realmente bem e com que me identifique mesmo.

Beijinho

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