Às vezes acho que mudei muito. Estou mais velha. Cínica , que não era. Menos ingenua. Mais tolerante. Com menos certezas. Que os meus valores mudaram. Que realmente deixei partir coisas de que gostava em mim e que não voltam. Que me tornei mais interesseira, mais egoísta, menos dada, menos generosa, menos altruísta, mais hipócrita. E isso mata-me. Perde-me. Choro por dentro (por fora é um bocado por fases).
Mas depois lembro-me dos confrontos que enfrentei e que nunca pensei que conseguisse. Dos momentos díficeis. Dos momentos bons que valorizo. Das imagens que vejo e em que me reconheço.
E percebo. Independentemente de tudo, dos desgostos, do desencantamento, sobretudo do desencantamento, eu sou eu.
(É, eu sou essa da imagem, mas menos gira e com cabelo feio e sem a tatuagem ali mas noutro sítio. mas sou eu.)
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