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Eu juro que percebo.

Todos temos noção, seja porque vivemos ou queremos viver, que há um amor (amores?) único especial, raro, que nos fazem sentir plenos, completos, em que o agradar aquela pessoa está acima de tudo e de todos. Acho que, no fundo, tanto pessimistas, optimistas, realistas querem, sonham, almejam por algo assim. Aquele Amor.

É por isso que tanta gente se contenta com menos. Com o ter tido e já não ter. Com o "gosto apesar de tudo". Com a estagnação, mas com um corpo quente ao pé. Sem a paixão mas com os passeios ao fim do dia. Sem amor mas com a chávena de café rotineira da manhã. Sem ter o máximo, mas tendo o mínimo.

Porque se não podemos ter o paraíso, queremos ao menos um pouco de céu.

Por isso sim, juro que percebo. Percebo tão bem que até doí.

Tenho até, juro, imensa inveja de não optar por isso. Tanta que nem sei explicar. Simplesmente not my cup of tea (com imensa pena minha às vezes).

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