"Comprei um telemóvel andróide, embora não faça ideia o que é um andróide. Pessoas que vivem no mundo contemporâneo garantiram-me que para o que eu queria, chamadas, mensagens e Internet, um andróide chegava. Adquiri o andróide, desembrulhei o andróide, programei o andróide, e o andróide mostrou-me, sem eu pedir nada, um mapa de Lisboa que indicava o local onde estava. E perguntou-me se eu queria enviar a informação sobre o local onde estava a pessoas da minha lista de contactos electrónicos. Desde a faculdade que não me deparava com uma pergunta tão estapafúrdia. Não faço ideia porque é que alguém há-de querer comunicar às pessoas que conhece onde está a cada momento, e gostava de conhecer alguém que tivesse activado esta funcionalidade, apenas para lhe oferecer um exemplar, pelos vistos incompleto, do DSM-IV. Entretanto, passei a chamar ao andróide «o Orwell»: «tenho o Orwell a carregar», «esqueci-me do Orwell em casa», «tens o meu Orwell», «vou andar uns dias sem Orwell»."
Também vou comprar um telemovel (ou será smarphone?) com tecnologia android brevemente.
Como não tenho pretensões em ser original e achei isto genial, vou chama-lo "84".
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